terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Pão tem preço aumentado em 10%.

A suspensão das exportações do trigo argentino poderá levar a um aumento de 8% a 10% no preço do pão, no Ceará, a partir do próximo mês. Tendo de importar o cereal de países fora do Mercado Comum Sulamericano - MERCOSUL, sobretudo dos Estados Unidos, o setor tem arcado com custos maiores para adquirir e transportar o produto e cobra do Governo Federal a redução nas taxas de importação.
Segundo o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria, Massas Alimentícias e Biscoitos do Ceará SINDIPAN/CE, Lauro Martins, a saca de 50 quilos de trigo tem sido comprada por R$112,00. Em Agosto/2013, compara, a mesma saca era adquirida por R$70,00.
Antes o principal fornecedor do produto, a Argentina restringiu as exportações após uma quebra de sua safra, em 2013, afetando diretamente o Brasil. A produção nacional só é suficiente para abastecer o consumo das regiões Sul e Sudeste.
"Agora, infelizmente, a gente vai ter que repassar esse aumento. E isso é ruim, porque nunca o reajuste alcança o aumento verdadeiro e, quando sobe o preço, há uma queda no consumo"O preço médio do quilo do pão, na Capital, é de R$9,00. Caso a previsão de alta se concretize, o valor médio ficará entre R$9,72 e R$9,90," afirma Martins.
De acordo com o Presidente do Sindicato da Indústria do Trigo do Ceará - SINDITRIGO/CE, Eugênio Pontes, "03 fatores têm contribuído fortemente para os custos maiores na aquisição do trigo. O primeiro, destaca, é a escalada do dólar, atualmente, cotado a R$2,40. Outro motivo, é o inverno rigoroso que tem atingido os Estados Unidos. Conforme explica, grande parte do trigo exportado pelos norte-americanos sai de portos fluviais, os quais têm tido dificuldades para enviar cargas devido ao congelamento dos rios. Com a maior demora para a saída de mercadorias, há um aumento no preço do frete. A terceira razão é a aplicação da Tarifa Externa Comum - TEC nas relações entre países fora do MERCOSUL. A TEC encarece em 10% o preço do trigo adquirido nos Estados Unidos, por exemplo, e eleva no mesmo percentual o frete do produto."
Entre Abril e Agosto de 2013, o Governo isentou a TEC para o trigo. A expectativa do setor, complementa, é que isso ocorra novamente neste ano. Para Eugênio Pontes, "a isenção deveria ser aplicada sempre que houvesse restrições para a compra do cereal na Argentina, sem que o setor precisasse ficar aguardando a iniciativa do poder público. O ideal era haver esse gatilho, para as empresas já se prepararem," frisa.

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