quarta-feira, 8 de abril de 2015

Nível dos açudes cearenses é preocupante.

No início do 3º mês da quadra chuvosa, permanece baixo e preocupante o nível dos 149 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos - COGERH. Houve melhora no último mês, mas pontual, em pequenos e médios açudes. 02 estão sangrando: Tijuquinha (em Baturité) e Batalhão (Crateús). Outros 02 estão com volume acima de 90% (Curral Velho, em Morada Nova; e Gavião, em Pacatuba). O número de reservatórios com volume inferior a 30% caiu para 118. Esse número chegou a 129.

O Estado já tem como certa a falta de recarga significativa no atual período chuvoso. Afinal, não há previsão de intensas precipitações neste mês e em Maio vindouro. Atualmente, o nível dos 149 açudes monitorados pela COGERH é de 19,4%, segundo o boletim hidrológico atualizado ontem (06). No início deste ano, o nível dos reservatórios era um pouco maior, de 20,9%. É importante destacar que 30 açudes estão com volume morto e 21 estão secos.
A Barragem do Batalhão, uma das principais fontes hídricas de Crateús, sangrou. O reservatório chegou a estar com volume abaixo de 1%, em Fevereiro deste ano. A barragem está com cota máxima, mas é um reservatório de pequeno porte. Neste ano, os açudes Gavião e Tijuquinha já transbordaram.

A preocupação do Governo do Estado é com os reservatórios estratégicos, de grande porte, que são responsáveis pelo abastecimento de centros urbanos e até da Capital, como o Banabuiú, Castanhão, Orós, Araras, Arneiroz II, Patu, Pedras Brancas, Fogareiro, Quixeramobim, General Sampaio e Figueiredo, dentre outros.

O açude Banabuiú está apenas com 1,46%. O reservatório vem perdendo água nos últimos anos para abastecimento da própria cidade de Banabuiú, Ibicuitinga, Morada Nova, parte de Russas e Fortaleza, além de áreas irrigadas do Promovale, entre Banabuiú e Morada Nova, Perímetro Morada Nova e Limoeiro e o Perímetro Tabuleiro de Russas.

No último dia 27, houve reunião na cidade de Limoeiro do Note para avaliação da operação de liberação de água dos Vales Jaguaribe e Banabuiú. O encontro foi marcado por forte tensão e discussão. O temor da possibilidade de falta de água para consumo humano e atividades produtivas já instala na região uma verdadeira guerra.

Quem está no entorno do reservatório quer o fechamento de válvula, temendo o açude secar por completo nos próximos meses. Já moradores de outras áreas lutam por mais liberação de água. A reunião tratou dos açudes Orós, Castanhão e Banabuiú. O Castanhão acumula 22% e o Orós 45%. Este deverá ser usado para reforçar o reabastecimento do Castanhão e ser mantido como segurança hídrica para a Capital, caso não ocorra recarga durante a quadra chuvosa de 2016. Foi o Orós que assegurou água para abastecimento de Fortaleza em 1993, pelo Canal do Trabalhador.

Mediante a situação de perda de nível dos reservatórios, o Presidente da COGERH, João Lúcio Farias, disse que "o Estado precisa dar um salto do ponto de vista da economia do uso dos recursos hídricos e ações de utilização de água subterrânea, perfuração de poços profundos para atender centros urbanos. Um desafio que temos é melhorar o uso da água e começar a dessalinizá-la para atender os Municípios. O Sistema dos Recursos Hídricos tem dado suporte, mesmo com os problemas que o Ceará vem enfrentando," diz João Lúcio.

Das 12 bacias hidrográficas do Estado, 04 permanecem em situação muito crítica: Curu (3,05%), Sertões de Crateús (4,51%), Banabuiú (5,68%) e Baixo Jaguaribe (1,70%).


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