quarta-feira, 16 de julho de 2014

Infecções por HIV aumentam 11% no Brasil; e, 19 milhões não sabem que estão infectados.


Relatório divulgado, hoje (16), pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e AIDS indica que as novas infecções, no Brasil, aumentaram 11% entre 2005 e 2013. No ano passado, o país registrou 47% de todos os novos casos contabilizados na América Latina.

A estimativa do Programa é que 1,6 milhão de pessoas vivem com HIV na região. A maioria dos casos (75%) se concentra em 05 países – Argentina, Brasil, Colômbia, México e Venezuela. A América Latina registrou queda de 3% em novas infecções entre 2005 e 2013, mas os índices variam de país para país. O México, por exemplo, registrou queda de 39% e o Peru, 26%.

O cálculo é que, na região, 10 novas infecções por HIV são registradas a cada hora. Os grupos, particularmente, vulneráveis a novas infecções e que representam uma parcela significativa de soropositivos incluem transgêneros; homens gays; homens que fazem sexo com homens; homens e mulheres que atuam como profissionais do sexo e seus clientes; e usuários de drogas.

Os dados mostram que, aproximadamente, um terço das novas infecções na América Latina ocorre em pessoas jovens, com idade entre 15 anos e 24 anos. "Populações mais vulneráveis enfrentam altos níveis de estigma, discriminação e violência, que criam obstáculos no acesso à prevenção da doença, ao tratamento, ao cuidado e aos serviços de apoio", informou o Programa das Nações Unidas.

O órgão destacou, entretanto, que a América Latina continua a ser a região com a maior cobertura antirretroviral do mundo – aproximadamente 45% dos 1,6 milhão de pessoas com HIV que têm acesso à terapia. Novamente, os índices variam de país para país. Brasil, Chile, El Salvador, México, Peru e Venezuela registram mais de 40% de cobertura, enquanto o tratamento na Bolívia alcança menos de 20% das pessoas infectadas.

O relatório ressaltou que Brasil e Panamá alteraram, recentemente, o protocolo de atendimento para soropositivos, possibilitando que todas as pessoas com HIV, independentemente da carga viral do paciente, tenha tratamento.

Dos 35 milhões de pessoas que vivem com HIV no mundo, 19 milhões não sabem que estão infectados. Os dados foram divulgados pelo Programa. O órgão alertou que, para dar fim à epidemia até 2030, é preciso ampliar esforços para acabar com a lacuna de pessoas sem diagnóstico e, conseqüentemente, sem acesso ao tratamento.

O relatório destaca que, na África Subsaariana, quase 90% das pessoas que testaram positivo para HIV buscaram acesso à terapia antirretroviral. Dessas, 76% alcançaram a supressão da carga viral, reduzindo o risco de transmissão para seus parceiros. Estudos recentes indicam que, para cada 10% de ampliação na cobertura antirretroviral, os casos de novas infecções caem 1%.

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