quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Vacina contra HIV testada em humanos.

A vacina desenvolvida pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP contra o HIV, o vírus causador da aids, deverá começar a ser testada em humanos em 03 anos.

"Um novo estudo com os macacos deve acontecer dentro de uns 05 meses. É o tempo para a gente desembaraçar uma área de maior segurança. Esse estudo vai demorar de 20 meses a 24 meses. A partir desse momento, nós já poderemos fazer estudos em humanos. Isso significa que o estudo em humanos vai ser em uns 03 anos", disse, Edécio Cunha Neto, Coordenador do Projeto na USP.

A vacina, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, já foi testada, com sucesso, em camundongos e em 04 macacos. O resultado obtido com os primatas surpreendeu os Pesquisadores. "Fizemos esse teste piloto com um pequeno número de animais, com metodologia de vacinação que a gente imaginava que iria dar certo ou uma intensidade de resposta semelhante ou até menor do que a gente viu em camundongos. E a nossa surpresa foi que a resposta foi muito maior", destacou Edécio.

Dos 04 macacos testados, o que obteve pior resultado apresentou resposta 04 a 05 vezes maior do que a dos camundongos. O que respondeu melhor teve uma intensidade de resposta dez vezes maior. "Isso foi algo inesperado para nós, e foi promissor. Foi alguma coisa que nos estimulou a continuar trabalhando com o material. O diferencial da vacina, em relação a outras em análise, é que ela tem como alvo partes do vírus que não se alteram na transmissão entre indivíduos. Um dos grandes problemas de se fazer uma vacina contra o HIV é que o vírus tem uma variação muito grande; pois, seu genoma pode variar até 20% entre dois pacientes. A maior parte das vacinas experimentais hoje, em teste contra HIV, tanto em nível experimental, quanto em nível de teste em humanos, usa as proteínas inteiras do HIV como alvo. Nós não. Nós fizemos uma espécie de desvio para forçar que a resposta imune seja feita com determinadas regiões que têm característica de não variar. Temos um pacote que são 18 fragmentos do HIV, que têm essas capacidades de não variar", explicou.

Na próxima fase de teste, com macacos, deverão ser usados 28 animais. Para injetar os genes dos fragmentos do HIV, nos primatas serão usados vírus atenuados, como os das campanhas de vacinação. Dessa forma, espera-se que os macacos desenvolvam uma reação imunológica contra os fragmentos, que não variam, do HIV.

0 comentários:

Postar um comentário