sexta-feira, 8 de março de 2013

Racionamento d'água no Ceará, começa pelo perímetro irrigado do Vale do Curú.

O Perímetro Irrigado do Vale do Curú, no Município de Paraipaba/CE, é o primeiro a sofrer com o racionamento d'água. Isso é uma conseqüência dos baixos níveis dos reservatórios da região, principalmente os açudes Pentecoste e o General Sampaio, respectivamente, com 18% e 20% da capacidade total.

O racionamento foi anunciado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos - COGERH, como medida necessária para não prejudicar o fornecimento de água para as pessoas da região. O órgão nega que outros perímetros venham a sofrer a mesma medida, com a confirmação de mais um ano de seca.

O Diretor Operacional da COGERH, Ricardo Adeodato, disse que a situação com o Curú/Paraipaba, um dos maiores produtores de coco do Ceará, se dá exatamente pelo fato de que o segundo ano de chuvas abaixo do normal impactou fortemente na oferta dos reservatórios que atendem o Município. "O que ocorre no Ceará é que a bacia hidrográfica é desigual. Ao mesmo tempo que temos regiões onde não paira nenhuma ameaça de racionamento, outras avançam situações críticas", disse Adeodato.

O Diretor Operacional explicou que estão em situação crítica os municípios de Acopiara, Beberibe, Caridade, Irauçuba, Itapagé, Itatira, Milhã, Pacoti, Paracuru, Quiterianópolis, Salitre e Tauá, num total de 12 cidades. No entanto, o alerta de falta d'água mais crítico, inclusive para o abastecimento humano, já paira em 14 Municípios: Alcântara, Antonina do Norte, Catunda, Coreaú, Crateús, Fortim, Ibaretama, Moraújo, Pacujá, Palmácia, Parambu, Pecém, Pereiro e Potiretama.

"Não há riscos de faltar água para consumo humano. Isso quer dizer que o Governo do Estado, através da Defesa Civil, e mais os Municípios deverão investir em adutoras, caminhões pipas e perfuração de poços", afirmou o Diretor.

Ainda, ontem (06), houve uma reunião com os usuários dos sistemas de agricultura irrigada para avaliar onde poderia diminuir ou não a vazão de água bruta. Contudo, a COGERH descartou qualquer racionamento para Tabuleiro de Russas, Morada Nova e Jaguaribe/Apodi. "Mesmo que seja um ano de pouca recarga, implica que haverá necessidade de alimentos", disse Adeodato. No caso do Jaguaribe/Apodi, que é abastecido por vários sistemas, inclusive pelo açude do Castanhão, até a perspectiva de ampliação das áreas irrigadas para a produção de sorgo, com destinação para alimento do rebanho.

Também, não haverá, pelo menos por enquanto, racionamento para o Araras Norte, uma vez que a recarga do sistema da bacia local está com mais de 40% das reservas. Ao mesmo tempo, a falta d'água poderá se agravar em Crateús e Tauá. Ambas as cidades devem dever ter parte do problema resolvido com a construção de uma adutora.

Segundo a COGERH, o total de reserva hídrica no Estado é de 8,2 bilhões de metros cúbicos, de um total de 18,1 bilhões de m. Além disso, há também 2,5 mil quilômetros de rios perenizados no Estado.

A situação de racionamento, ainda, não atinge Fortaleza e Região Metropolitana, mesmo numa simulação de reserva zero no sistema de abastecimento para a região. Mesmo assim, a recomendação é de maior austeridade no uso.

A COGERH, também, diz que não impactou no calendário de obras para a conclusão do Eixão das Águas, que agora está na última etapa, ligando o açude do Gavião até o Pecém. Já as obras do Cinturão das Águas, ainda, não tiveram início, tendo em vista que há uma dependência da transposição do Rio São Francisco. Mesmo assim, os serviços de engenharia, segundo informou a COGERH, estão em fase de encaminhamento para a licitação.

Maiores informações:
COGERH
Rua Adualdo Batista, 1550. Parque Iracema
Telefone: (85)3218.7020

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