Os principais produtos fabricados pelos jovens, com idade entre 15 e 20 anos são chuteiras, bolsas, cintos, carteiras, chapéus, troféus para vaquejadas, portas chaves, coletes entre outros utensílios feitos do couro do bode. "É preciso ver se a pele tem algum defeito para não ter problemas na hora de montar a peça. O caimento do cabelo tem que ficar todo para um lado só", ensina Raimundo Nonato Santos, de 18 anos, que antes de fazer parte do PROJETO OCA DO COURO, cortava lenha.
Para o Coordenador do Projeto, Carlos Renato Mesquita Braga, a valorização é ainda maior por ser um produto diferenciado. A chuteira de couro de bode é um dos novos produtos fabricados pela associação. "Ao adquirir uma peça artesanal o cliente está levando também um retrato da região", disse. Para que essa peça tenha boa aceitação, a Secretaria de Ação Social do Município de Tejuçuoca começa a preparar novos Projetos de Investimentos na melhoria dos processos produtivos.
Os participantes do PROJETO: OCA DO COURO recebem uma bolsa incentivo da Prefeitura de Tejuçuoca no valor de R$35,00, proveniente da Secretaria da Ação Social. Um das novidades do Programa é a presença das mulheres que fabricam peças como bonecas, enxovais para aniversários, batizados, casamentos. As roupas destacam-se em desfiles de moda.
Débora Pinho, Especialista em Sustentabilidade da empresa disse que foi feito um repasse de R$36 mil através do Programa Luz Solidária que serviu para a compra do material utilizado na fabricação dos produtos. "O grande objetivo da COELCE é a sustentabilidade. O beneficiário receber os recursos e manter o Programa sustentável economicamente. Esse é o foco, a geração de emprego e renda", diz Débora Pinho.
"Desde que comecei a trabalhar com artesanato a minha vida mudou muito. Hoje considero-me um vencedor. Estamos aprendendo para que a gente venha a desenvolver um trabalho ainda melhor", diz Francisco Édson.
Há muito tempo, a habilidade dos artesãos de Tejuçuoca transforma couro de caprino em peças de alta linhagem que já viajaram o mundo inteiro.
Como o projeto tem sido no seu aprendizado?
"Antes de participar do Programa, eu vivia cortando lenha e prejudicando minha saúde e o meio ambiente. Hoje, estou no caminho certo, porque aprendi a trabalhar a matéria-prima de grande valor na região", relata o Estudante Raimundo Nonato Santos Sousa.
"A nossa realidade hoje é bem diferente de outras Comunidades, onde os jovens não têm ocupação e nem tão pouco geração de emprego e renda. Sou um jovem feliz por tudo que vem acontecendo na Oca do Couro", diz o Estudante Francisco Édson Mesquita.
O Governo do Ceará fez o lançamento do Projeto: Política Integrada da Economia Solidária, na Região do Vale do Curú e Aracatiaçú, que aconteceu na cidade de Tejuçuoca. O Secretário Estadual do Trabalho, Evandro Leitão, disse que a escolha é por conta da sua força no associativismo solidário.
O Projeto: Política Integrada de Economia Solidária, tem como meta beneficiar 1.000 famílias, abrangendo 27 Municípios Cearenses, em 02 anos, nos territórios do Vale do Curú e Aracatiaçú, Maciço de Baturité, Sertão dos Inhamuns e Crateús.
"O objetivo é fortalecer e consolidar a economia solidária como estratégia de desenvolvimento nos Municípios, por meio de ações integradas e de políticas públicas prioritárias, o Projeto, também, articula o acesso dos empreendimentos de economia solidária nos âmbitos Federal, Estadual e Municipal. Além disso, foca no fortalecimento da autogestão, da autonomia e da sustentabilidade dos empreendimentos solidários", disse Evandro Leitão.
Baseado nos eixos da Política Nacional de Economia Solidária, o Projeto prevê ações que trabalham, junto às Comunidades, tecnologia, formação e assistência técnica; finanças solidárias e crédito; organização da produção, consumo justo e solidário e consumo responsável; e comunicação e divulgação. A iniciativa vem ao encontro do reconhecimento e fortalecimento da Política Estadual de Economia Solidária, desenvolvida pelo Governo do Estado do Ceará.
Valmar Bernardo lembrou que o Projeto nasce em uma boa hora. "Queremos trabalhar pelo desenvolvimento econômico social, porque cresce a autoestima das pessoas e, isso melhora a renda do Município", observou. "Economia é uma coisa que muda a vida das pessoas. O artesanato do couro de bode é o nosso carro chefe, mas iremos incentivar outros setores de pequenos negócios que engloba todas as áreas de economia de Tejuçuoca", garantiu o Prefeito. Ele não esqueceu que a região vive uma realidade diferenciada. "O artesanato vai se tornar mais forte. Vamos lutar por uma Escola Profissionalizante, a fim de formarmos nossos jovens para o mercado de trabalho. Com a implantação da Economia Solidária, pretendemos e iremos criar o Programa de Arranjos Produtivos Locais - PAPL", ressaltou.
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