A idéia é criar um canal de comunicação direta com quem recebe a transferência de renda e tentar impedir que boatos sobre o Programa causem problemas como os do último final de semana - quando uma informação falsa de que o Programa Bolsa Família terminaria levou milhares de pessoas a agências da Caixa Econômica Federal - CEF e lotéricas, causando tumultos em 12 Estados.
"Na segunda-feira, nós iniciamos um serviço, também, de mensagem para os beneficiários do Bolsa Família que têm telefone. Estamos avaliando a possibilidade de termos esse serviço para que a gente chegue rapidamente, com informações precisas, ao beneficiário do Bolsa Família. Hoje em dia, muita gente tem celular. A família tem telefone? Nos passe essa informação. Ontem (21), nós mandamos informação para as famílias, dando a informação sobre o calendário, tranqüilizando-as," afirmou a Ministra.
Ela lembrou que o boato ganhou força na internet. "Muito espalhou-se as notícias através das redes sociais. Era gente que estava tendo internet". Questionada sobre o tuíte da colega Maria do Rosário (Direitos Humanos), que, ontem (21), ligou os boatos à oposição, ela disse: "É um assunto de policial, o que cada um de nós acha não é importante. O fundamental é garantir que esse tipo de coisa não aconteça de novo", afirmou.
A Presidenta Dilma Rousseff disse, na segunda-feira (20), que o responsável por disseminar a falsa informação é criminoso. "É, absurdamente, desumano o autor desse boato. E é criminoso também", ressaltou a Presidenta durante a cerimônia de lançamento ao mar do navio petroleiro Zumbi dos Palmares, em Recife/PE.
O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, contou que a velocidade com que os boatos sobre o fim do Bolsa Família se espalharam levanta a suspeita de que a ação possa ter sido orquestrada. "Isso chama a atenção porque tivemos a eclosão em vários pontos diferentes do território nacional e com uma velocidade espantosa. Não podemos afastar a hipótese de ter havido orquestração desses boatos sabe-se lá por que razão".
Para Cardozo, "houve uma ação de muita sintonia, mas isso nos leva a cogitar essa hipótese", disse ao acrescentar que haverá rigor nas punições, embora ainda não seja possível identificar quais delitos foram cometidos. Quanto à possibilidade de motivação política, Cardozo disse que ainda é cedo para qualquer posicionamento. "Seria leviano falar sobre isso enquanto a apuração não for concluída".
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