quarta-feira, 1 de abril de 2015
Comissão de Constituição e Justiça - CCJ aprova redução da maioridade penal.
quarta-feira, abril 01, 2015
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A
Comissão de Constituição e Justiça - CCJ da Câmara Federal aprovou, nesta terça-feira
(31/03), a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição - PEC que reduz a
maioridade penal no Brasil de 18 para 16 anos. Trata-se do 1º passo para
o andamento da proposta na Casa, no qual os Deputados avaliam que o texto está
de acordo com a própria Constituição. O placar da votação, na CCJ, foi de 42
Deputados favoráveis à PEC e 17 contrários.
O texto permite que jovens com
idade acima de 16 anos que cometerem crimes possam ser condenados a cumprir
pena numa prisão
comum. Hoje, qualquer menor de 18 anos que comete algum crime é submetido, no
máximo, a internação em estabelecimento educacional. Para avançar, a proposta
agora precisa passar pela análise de uma comissão especial de Deputados, que
analisam o mérito da PEC. Essa fase deve durar 40 sessões, que leva, aproximadamente, 02 meses. Se aprovada na comissão, a proposta vai ao
plenário, onde são exigidos 308 votos, do total de 513 Deputados, para
aprovação, em 02 votações. Depois, a proposta precisa passar pela CCJ do
Senado e mais 02 votações no plenário, onde são exigidos 49 votos entre os 81
Senadores.
A PEC foi apresentada em Agosto/1993 e ficou mais de 21 anos
parada. Neste ano, a CCJ da Câmara retomou as discussões, encerradas nesta
terça-feira (31/03), após várias tentativas de adiamento por Parlamentares contrários, em
minoria na comissão. Deputados do PT, PC do B e PSOL, os maiores
críticos, tentaram mais uma vez impedir a votação, por meio de manobras para
alterar a ordem dos trabalhos da CCJ. Como estavam em minoria, no entanto,
foram derrotados nas votações desses pedidos. Na sessão, também, estavam
presentes manifestantes contrários e a favor da PEC. Eles carregavam faixas e
cartazes e gritavam palavras de ordem. Não houve tumulto.
Após
a aprovação da admissibilidade, Parlamentares do PT, contrário à proposta,
disseram que vão preparar uma ação a ser apresentada ao Supremo Tribunal
Federal - STF para impedir o andamento da proposta no Congresso. Com base em decisões
anteriores da Corte, eles citam trecho da Constituição que impede que seja
'objeto de deliberação' proposta tendente a abolir direitos e garantias
individuais. "Ainda temos tempo de fazer um mandado de segurança e o faremos. E
temos apoio de importantes juristas, como Dalmo de Abreu Dallari, Alexandre de
Moraes e José Afonso da Silva," disse Alessandro Molon.
A
liderança do Governo se manifestou contra a PEC, mas boa parte dos Deputados de
partidos aliados ao Planalto votaram a favor. Os líderes do PRB,
PSD e PR, por exemplo, orientaram os Deputados a votarem a favor da PEC. Na
oposição, pediram votos pela admissibilidade da proposta líderes do PSDB, DEM e
SD. PMDB, PDT e PROS liberaram a bancada. Votaram contra PT, PC do B, PSOL, PPS
e PSB.
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