terça-feira, 26 de agosto de 2014
Açudes cearenses registram o nível mais baixo
terça-feira, agosto 26, 2014
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O Ceará está com o mais baixo volume do ano
nos reservatórios de água. "Segundo levantamento os 28,2% registrados, ontem (25), pela
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos - COGERH são os piores índices desde
Janeiro. E a tendência é o volume total só reduzir até o fim do ano por causa
da falta de chuvas neste semestre," conforme o Chefe de Gabinete da companhia,
Berthyer Peixoto. Com perdas para a evaporação e o consumo em todo o Estado, em
menos de 02 meses, as perdas no sistema foram de 541 bilhões de litros de
água.
De acordo com Berthyer, "é difícil definir
qual seria o percentual de segurança hídrica mínimo para o Estado, porque o
Castanhão, por exemplo, chegará a 2015 com água suficiente para o ano enquanto
a Bacia do Curu já amarga baixos percentuais. O Ceará viveu algo parecido, quando comparados os volumes totais, nos anos de
1992 e 1993. Mas, não tínhamos o Castanhão e o reservatório que abastecia
Fortaleza estava com 8%. Os anos 2000 e 2001, também, foram complicados. Mas, tínhamos reserva menor e menos capacidade de transporte de água," compara.
A companhia faz simulações para decidir
quais medidas serão tomadas para garantir o abastecimento. "É através das
simulações que se decide fazer ou não adutora emergencial.
Conforme estudos, é possível que o volume, em Dezembro, chegue a
20% ou menos. O foco do Estado deve ser, assim, acompanhar o quadro, se
preparar e avaliar o pior cenário para executar as medidas mais eficazes."
"No terceiro ano seguido de estiagem no
Ceará, 105 dos 149 açudes públicos estão com volumes inferiores a 30% da
capacidade, o que corresponde a 70% dos reservatórios em situação crítica. Fora
da quadra chuvosa, a tendência é que os volumes sigam caindo. Historicamente, o
segundo semestre é de pouca nebulosidade no Ceará. A incidência dos raios
solares faz com que o fenômeno da evaporação leve parte da água dos
reservatórios de volta à atmosfera. Para os açudes do Ceará, isto significa que
o volume de um açude diminui, em média, 2,2 metros do espelho d'água por ano. O fenômeno natural já leva parte do recurso hídrico independente do consumo em cada açude. Quanto maior o espelho d'água, maior a perda. O ideal seria consumir o máximo do espelho d'água para diminuir o que se perde para a evaporação. Mas, o nosso Estado não tem segurança hídrica para isso. Não sabemos como são as chuvas do ano seguinte. Uma das esperanças é a transposição do Rio São Francisco, que deve reforçar o abastecimento do Estado nas bacias do Jaguaribe e Metropolitana. O projeto do Governo Federal tem 62,4% de execução e está previsto para ficar pronto em 2015. Por enquanto, a situação é de instabilidade para o consumo. A maior parte da água armazenada no Ceará vai para a agricultura. O consumo é considerado alto. Como exemplo, o perímetro irrigado Tabuleiro de Russas recebe 2,2 mil litros por segundo. Mas atualmente, os perímetros de Curu-Paraipaba e Pentecoste estão praticamente parados e recebem água apenas para manter o que já foi plantado. O sistema de gestão dos recursos hídricos é reforçado para abastecer a Região Metropolitana, com 3,5 milhões de habitantes e 90% da atividade industrial. Em Pacatuba, o açude Gavião está com 93,8% da capacidade. Uma situação de segurança artificial. Isto porque o reservatório serve de chegada para o sistema do Eixão das Águas: Uma transposição das águas do Castanhão (Alto Santo), abastecido pelo rio Jaguaribe. Do Gavião, 90% da água segue para suprir a Região Metropolitana e 10% vai para o polo industrial do Pecém," segundo Ricardo Adeodato, Diretor de Operações da COGERH.
Acompanhe o volume dos reservatórios, no Ceará, entre Janeiro e Agosto, os
percentuais indicados foram:
- 07 de Janeiro - 31%.
- 04 de Fevereiro - 29,8%.
- 01 de Março - 29,7%.
- 01 de Abril - 30,8%.
- 03 de Junho - 32,43%.
- 01 de Julho - 31,37%.
- 24 de Agosto - 28,2%.
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