terça-feira, 8 de abril de 2014

COELCE quer reajustar a conta de luz do consumidor cearense em 13,83%.

Se depender do pleito encaminhado pela Companhia Energética do Ceará - COELCE à Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, a conta de luz do cearense poderá sofrer, neste ano, um aumento bem superior ao esperado pelo mercado. Segundo disponibilizado pela ANEEL, a distribuidora cearense solicitou um índice de reajuste tarifário de 13,83% sobre os preços por ela praticado. Enquanto isso, em seu último relatório de inflação, divulgado no fim do mês passado, o Banco Central - BC apontava para uma expectativa de reajuste médio nas tarifas de energia no País de 9,5%. Dessa forma, o índice pedido pela COELCE está a mais de quatro pontos percentuais acima da estimativa da autoridade monetária.
Se aprovado, o aumento sobre os valores praticados pela distribuidora passará a vigorar a partir do próximo dia 22 de Abril. Porém, o reajuste final só será conhecido, na terça-feira (15), quando a Diretoria da ANEEL vota o pleito da COELCE em reunião pública ordinária.
Entretanto, conforme fontes ligadas ao mercado, o índice proposto pelas distribuidoras de energia não são determinantes para o reajuste autorizado pela Agência. Apenas subsidiam a tomada de decisão, visto que esta é baseada na avaliação de sua área de regulação econômica, que fiscaliza as concessionárias e acompanha os desempenhos.
O pleito solicitado pela COELCE chama a atenção, ainda, quando comparado com a inflação acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo Índice Geral de Preços Mercado - IGP/M, indicador utilizado pelo setor para corrigir preços. De acordo com a proposta de reajuste tarifário apresentado pela companhia, o IGP/M considerado para os cálculos foi de 5,97%, portanto, bem inferior aos 13,83% sugeridos pela concessionária de energia.
A observação gerou, assim, críticas por parte do mercado, a exemplo do Presidente do Conselho de Consumidores da COELCE, Erildo Pontes, para quem o reajuste solicitado superou suas expectativas. "O índice de reajuste pedido pela COELCE é alto. Se o IGP/M nos 12 meses que antecedem o aumento foi de 5,97%, o que a COELCE está pedindo representa quase oito pontos percentuais a mais, o que não se justifica. Outro fator que poderia contribuir para um reajuste menor neste ano, é o saldo de R$300 milhões a favor do consumidor, referente à última revisão tarifária, em 2012, aplicada somente em 2013, e que ficou para ser compensado no reajuste de 2014. Portanto, tínhamos a expectativa de que o pleito da COELCE fosse inferior, mesmo com mais uso das térmicas, como agora", argumenta.

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