sexta-feira, 27 de março de 2015
Caminhoneiros ameaçam parar novamente.
sexta-feira, março 27, 2015
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Caminhoneiros
autônomos anunciaram que vão entrar em greve no dia 23 de Abril; se, até lá, o
Governo não criar uma tabela com valores mínimos para pagamento de frete. A
posição dos líderes da categoria foi tirada após um encontro, na tarde de ontem (26),
em Brasília/DF, em que
representantes dos motoristas, de empresas e do Governo debatiam sobre as
propostas apresentadas pelos caminhoneiros e aceitas pelo Governo para parar
com a greve do setor no mês passado.
A
reunião foi tensa. Prevista para durar 02 horas, teve o dobro do tempo. O
Senador Blairo Maggi (PR-MT) foi vaiado em duas ocasiões após pedir a palavra
para falar contra o tabelamento proposto pela categoria. Blairro foi dono da
Amaggi, empresa do setor do agronegócio, que contrata os caminhoneiros para
fazer o frete.
Os
caminhoneiros queriam que a reunião já definisse a tabela mínima,
que foi elaborada por um grupo de trabalho criado após a greve e que reunia
representantes do Governo, dos caminhoneiros e dos empresários. O Ministro da
Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rosseto, defendia que a tabela fosse
apenas uma referência. Os caminhoneiros recusaram-se a referendar a tabela de
referência e ameaçaram, então, começar uma greve ainda nesta semana.
A
alegação do Governo para não criar a tabela mínima é que seria necessário
garantir fundamento jurídico para evitar que os embarcadores derrubem a decisão
na Justiça. Para fazer isso, os caminhoneiros deram um prazo até o dia 22 de
Abril para o Governo se posicionar.
Os
representantes, também, conseguiram do Governo a garantia da renegociação das
dívidas pela compra dos caminhões. Rosseto comprometeu-se a colocar numa Medida
Provisória - MP um texto permitindo que autônomos e microempresas passem o valor que
estão devendo de prestações de contratos de financiamento feitos com recursos
do BNDES para o fim dos contratos, evitando que os bancos tomem os caminhões.
O
Ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, afirmou que "o Governo ainda
não decidiu se vai fazer uma tabela referencial ou mínima. É
necessário avaliar a constitucionalidade dessa atitude. Tem pareceres dizendo
que pode [a tabela mínima] e que não pode. Vamos analisar," afirmou Rodrigues.
Carlos
Alberto Litti Dahmer, Presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de
Ijuí/RS, disse que "a tabela mínima foi calculada para dar dignidade para os
caminhoneiros. A solução não foi dada hoje apenas para o Governo
produzir os argumentos jurídicos para que a tabela possa ter validade. Se a
tabela não for impositiva, no dia 23, tem data para o Brasil parar. Inconstitucional é a fome, é não conseguir pagar seus
compromissos, é não dar sustento para a sua família," afirmou Litti Dahmer.
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